Apartamentos menores: uma tendência global

A metragem no mercado imobiliário encolheu. Isso é fato. Cada vez mais os imóveis novos colocados à venda têm área reduzida em relação aos lançamentos de anos anteriores, o que tem chamado a atenção do setor para um fato importante: apartamentos menores são uma nova tendência de negócio. De acordo com o Sindicato da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), as unidades de dois quartos estão no ranking dos lançamentos de construtoras e incorporadoras, independente da classe social do cliente para o qual o imóvel é destinado.

De acordo com o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon, Renato Ferreira Machado Michel, é fácil entender esse movimento nos negócios. Segundo ele, essa tendência está ligada a dois principais fatores: o primeiro é a mudança no perfil das famílias, que estão cada vez menores nos dias atuais. “Os casais estão tendo menos filhos ou, depois que eles saem de casa, os pais não querem mais um apartamento tão grande, que tenha tantas despesas e demandas de manutenção. Ao mesmo tempo, tem muita gente morando sozinha, jovens que montam o primeiro apartamento, pessoas que se divorciam, entre outros casos”, afirma Renato.

O segundo ponto, explica, é o custo dos imóveis, cada vez mais elevado, especialmente nas áreas centrais. “O mercado está com muita dificuldade de produzir imóveis com preços competitivos, face a restrições da legislação urbanística que trata da aprovação dos empreendimentos. Assim, as pessoas passam a ter duas alternativas: comprar um imóvel maior em uma região mais periférica da cidade e na região metropolitana, ou optar por uma unidade menor em uma área central, mais valorizada”, ressalta o vice-presidente, lembrando que estudo recente da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) revelou o êxodo de 200 mil pessoas de Belo Horizonte, que não conseguiram encontrar moradia que coubesse orçamento.

Frente a essa realidade, as opções de dois quartos, com cerca de 60 metros quadrados, no padrão alto luxo, ou de 45 metros quadrados, no programa Minha Casa Minha Vida se mantêm como opção para quem quer estar próximo do Centro. “São pessoas que preferem viver em uma cidade compacta, com atividade comercial forte, pulsante. Gente que prefere fazer percursos a pé e até abre mão de vagas de garagem, usando opções de transporte coletivo ou por aplicativos, para conseguir manter a boa localização e a proximidade do trabalho ou da escola”, detalha Renato.

De acordo com o especialista, essa é uma realidade que vem sendo observada em todos os grandes centros do país. “Em São Paulo, por exemplo, que é sempre referência para novas tendências, 30% dos lançamentos são de unidades que não têm vagas de garagem”, disse.

Do outro lado do balcão, há quem esteja atento a essa nova demanda. “O mercado imobiliário produz o que as pessoas querem, o que elas precisam. Ele faz pesquisa e trabalha com produtos que tenham aderência à necessidade do cliente. E claro, se o poder de compra está diminuindo nas regiões centrais, o construtor passa a oferecer produtos que as pessoas possam ter acesso, do ponto de vista econômico”, diz o vice-presidente.

LIQUIDEZ

Do ponto de vista das vendas, os menores também fazem sucesso em relação à liquidez. São negociados com maior velocidade de venda, em qualquer faixa econômica. Sejam eles do padrão Minha Casa Minha Vida, para quem busca o primeiro apartamento, ou mesmo os menores do padrão alto luxo, que chegam a valer até R$ 13 mil reais metro quadrado. “É uma tendência geral, que não tem distinção de renda. Mesmo sendo produtos diferentes, atendendo a públicos diferentes, eles saem com maior rapidez no mercado”, garante Renato.

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